Muito se especula sobre a ação dos corticosteroides, uns dizem que os malefícios não compensam os benefícios trazidos por esse medicamento. Outros são totalmente a favor do uso de corticosteroides.
Na realidade ele pode ser bem útil, desde que seja usado corretamente. É altamente recomendado o seu uso em doenças auto-imunes por exemplo. Sendo indicado também em situações de Choque, fazendo parte do protocolo básico na maioria dos tipos de choque. O seu uso também é indicado como parte do protocolo de tratamento em vários tipos de neoplasias (como por ex: Linfoma e Mastocitoma). Existem ainda muitas outras circunstâncias onde o seu uso é altamente recomendável, como por exemplo: reações alérgicas (Dermatite Alérgica à Pulga (DAP), hipersensibilidade alimentar, alergia à picada de insetos e etc.); Problemas oftálmicos (ceratites, uveítes, coriorretinites e etc.); Traumas e edemas cerebroespinhais (seu uso neste caso se deve principalmente por estabilização de membrana e redução do processo inflamatório que promovem); E etc.
Porém, o seu uso de forma inadequada (doses muito altas ou retirada abrupta) podem resultar em problemas sérios para o animal. Como por exemplo, em uma situação em que um tratamento a base de corticoide é interrompido de forma abrupta, isso leva a uma insuficiência Supra-renal (Glândula Adrenal). E em tratamentos prolongados em altas doses pode induzir a ocorrência de Hipoadrenocorticismo iatrogênico. Outros efeitos colaterais podem ser: Poliúria e polidipsia, aumento do tempo de cicatrização, gastrite e ulceração gastrointestinal, atrofia de pele em terapêuticas prolongadas, aborto em gestação avançada, entre outros.
Entre os corticosteroides mais conhecidos, estão: Dexametasona, Hidrocortisona, Metilprednisolona, Prednisolona, Prednisona, Triancinolona.
Em resumo, o seu uso é sim indicado para muitas situações (como citado acima), porém devem ser usados corretamente evitando doses excessivas e a sua retirada abrupta. Lembrando que sempre quando o seu uso for em uma dose alta, recomenda-se o uso de um bloqueador H2 (por ex: Ranitidina) para evitar gastrite e ulcera gástrica.
Referencia Bibliográfica:
- Andrade, S. F. Manual de Terapêutica Veterinária. 3ed. São Paulo: Roca, 2008, 912p.