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Patologia Geral - Distúrbios Hemodinâmicos

  1. EDEMA

  2. CHOQUE

  3. COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA

  • EDEMA
Conceito: É o acúmulo de líquido no interior das células, no interstício ou no interior de cavidades.

Tipos de edema:
- Localizado (inflamatório ou não inflamatório)
- Generalizado (inflamatório ou não inflamatório)


Etiopatogênese do edema (mecanismos que levam ao edema):

  1. Aumento da pressão hidrostática intravascular
    Pode ser decorrente de:
    - Insuficiência cardíaca congestiva (ICC)
    - Cirrose hepática (hipertensão portal) - isso é importante porque o fígado é responsável pela produção de grande parte de proteínas, e se o fígado estiver lesionado vai diminuir a produção dessas proteínas, levando a queda da pressão oncótica.
    - Obstrução do retorno venoso (trombos, neoplasias)

    *O que é pressão oncótica?
    Pressão oncótica é a pressão osmótica gerada pelas proteínas no plasma sanguíneo, ou seja, é a pressão que existe no interior dos vasos.

  2. Diminuição da pressão Oncótica
    Diminuição da pressão oncótica plasmática pode ocorrer devido a:
    - Perda de proteína (parasitismo, glomerulopatias) - no caso de glomerulopatias como a glomerulonefrite, vai ocorrer a diminuição da pressão oncótica pois, vai perder muita proteína que não é mais retida, ou seja, filtrada no glomérulo e acaba passando para urina (proteinúria) onde é eliminada.
    - Redução da síntese proteica (desnutrição, cirrose)

  3. Aumento da Permeabilidade Capilar
    Ocorre devido:
    - Toxinas bacterianas - essas toxinas vão "abrir" a parede do vaso e o liquido irá sair do interior do vaso.
    - Aminas vasogênicas ou vasoativas - Toda vez que ocorrer inflamação, vai ocorrer liberação dessas substâncias.
    - Alterações metabólicas (azotemia, hipóxia, choque)
    * O que é AZOTEMIA?
    É o acumulo de nitrogênio no sangue. Nitrogênio é derivado de proteína e aminoácido. Esse acúmulo ocorre quando o fígado não consegue quebrar a proteína. Essas moléculas são tóxicas e dilatam a parede do vaso causando edema.

  4. Obstrução Linfática
    Essa obstrução pode ser devido:
    - Processos Inflamatórios
    - Neoplasias

    > Se a capacidade de drenagem dos vasos linfáticos estiver comprometida, não irá ocorrer a drenagem do liquido que sai do capilar. Isso pode ocorrer devido a processos neoplasicos.

    > Inflamação da parede do vaso linfático: Linfangite

    > Neoplasia pode crescer dentro do vaso ou invadir o vaso linfático. Uma vez dentro da corrente sanguínea essa neoplasia pode chegar a qualquer órgão.

    > Se a pressão Hidrostática for maior que a Oncótica, irá ocorrer acumulo de liquido no espaço intersticial.

Nomenclatura dos Edemas:
  1. Edema Intracelular
  2. Edema nas cavidades corpóreas
    - Tórax: Hidrotórax
    - Abdômen: Hidroperitônio - Ascite
    - Bolsa Escrotal: Hidrocele

    OBS: ANASARCA - Edema generalizado em subcutâneo e nas cavidades.
Imagem 01. Edema pulmonar (Imagem: Prof. Dr. Osimar Carvalho Sanches)

  • CHOQUE
Conceito: É um colapso circulatório caracterizado por uma hipotensão significativa.

OBS: É uma incapacidade generalizada do sistema circulatório de perfundir as células e tecidos com teores adequados de oxigênio e nutrientes.

Classificação:
  1. Choque Séptico (endotóxico) - infecções bacterianas (gram (-) principalmente).
  2. Choque Cardiogênico
  3. Choque Anafilático - origem hipersensibilidade tipo I.
  4. Choque Neurogênico
  5. Choque Hipovolêmico - diminuição da quantidade de sangue ou liquido dentro do vaso.
  1. Choque Séptico - Endotoxemia
    É o provocado principalmente por bactérias Gram-negativas produtoras de endotoxina (lipopolissacarídeos). E menos frequente por bactérias Gram-positivas e fungos.

    As toxinas fazem com que as válvulas do vaso se abram todas de uma unica vez, então a pressão cai.

  2. Choque Cardiogênico
    É produzido quando o coração é incapaz de bombear adequadamente o sangue.

    Ex.: Infarto, impossibilidade de contração eficaz e por tamponamento cardíaco (hidro ou hemopericárdio)

  3. Choque Anafilático
    Resulta de uma reação antígeno-anticorpo mediada por IgE na superfície dos mastócitos e basófilos resultando da liberação de aminas vasoativas (Histamina) - Hipersensibilidade do tipo I.

  4. Choque Hipovolêmico
    Resulta da perda brusca de líquidos do organismo.

    Ex.: Hemorragias, queimaduras, diarréias.

Patogênese do Choque Séptico:
Imagem 02. Observe que o Monócito libera fatores quimiotáticos, devido a presença do LPS (lipopolissacarídeos), onde então esses faotres quimiotáticos atraem células como Neutrófilos, que liberam enzimas e radicais livres, provocando um aumento da permeabilidade do vasos, levando ao edema.

  • COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA - CID
Conceito: É a formação disseminada ou, às vezes, localizada de microtrombos em capilares, arteriolas e vênulas.


Fatores predisponente da CID:
  1. Agentes infecciosos (Septicemia) - endotoxinas
  2. Vírus com tropismo pelos endotélios - toda vez que ocorre lesão endotelial aitva a cascata de coagulação, pois vai liberar tromboplastina. O vírus mata a célula que libera tromboplastina.
  3. Complexo Ag-Ac (reação de Hipersensibilidade do tipo III)
  4. Destruição tecidual (traumatismo extenso, queimaduras)
  5. Toxinas (venenos de serpentes)
  6. Neoplasias malignas podem iniciar a CID
Imagem 03. Esquema geral da coagulação sanguínea.



Imagem 04. Sistema da fibrinólise e fatores Antitrombóticos.


Sequencia da formação da cascata de coagulação (imagem 05, 06 e 07):

Imagem 05.
Imagem 06.

Imagem 07.



Imagem 08. CID - Cérebro (Imagem: Prof. Dr. Osimar Carvalho Sanches)



Coagulação Intravascular Disseminada - CID:

> Ativ. Sist. de coagulação ---> Trombina em grande quantidade ---> ---> Fibrina PrecipitadaMicrotrombos na circulação ---> Isquemia

> da Trombina em grande quantidade pode levar também a ---> Fibrinólise ---> que pode levar a 2 caminhos, sendo o 1º --> Lesão de Reperfusão --> ou pode levar a uma 2º --> Fibrinólise esgotada ---> Microtrombos na circulação ---> Isquemia


Imagem 09. Trombo em vaso pulmonar (Imagem: Prof. Dr. Osimar Carvalho Sanches)



Imagem 10. Microtrombo em bulbo cerebral. (Imagem: Prof. Dr. Osimar Carvalho Sanches)


* O que é lesão de reperfusão?
É a sequela de quando as células estão adaptadas a trabalhar em baixa concentração de O2, quando um trombo é retirado vem uma quantidade muito grande de O2 para aquelas células que estavam adaptadas a trabalhar com baixa concentração de O2, com a retirada do trombo vem um excesso de O2 carreado pelas hemácias, esse O2 excessivo para aquelas células leva a produção muito grande de radicais livres, levando a lesão do endotélio.